Por Amanda Dias*
Foto do perfil: Julia Morais
*Estudante de jornalismo na UFRB e participante da Oficina de Comunicação do Projeto Identidades Transatlânticas da revista eletrônica Acho Digno
Fotos na oficina de hoje na construção do mural de identidade
Foto do perfil: Julia Morais
Antropofagia é um ato ritual de comer uma parte ou várias
partes de um ser humano, e foi também, a palavra que martelou o meu juízo
quando pensei em descrever o primeiro dia da Oficina de Comunicação do projeto
Identidades Transatlânticas neste diário de bordo.
Nesta segunda, 10, a
jornalista e editora da revista Acho Digno, Camila de Moraes deu início à
oficina que acontece até a sexta-feira, 14, narrando a sua trajetória enquanto
mulher negra que transpôs os muros racistas e ousou trilhar os tortuosos
caminhos jornalísticos. E não poderia ter sido mais feliz, ela hoje é editora
da revista cultural que é referência de sucesso e representatividade étnica no
Brasil.
Fruto de muito
trabalho, a Acho Digno está na 9° edição e já foi lida em países como Senegal,
França, Tanzânia, Angola, Alemanha e acaba de voltar de Nova Iorque. É isso
mesmo, New York City, bebê! E para contar essa experiência e um pouco do que
viu e viveu lá que a Camila ofereceu uma oficina para jovens e artistas
comunitários, ou seja; imperdível. Sobretudo quando você é uma mulher negra
estudante de jornalismo, carente de referências e confusa em relação ao seu
futuro na área.
Se você encontra a
oportunidade de se enxergar no outro, igualzinho a você, mas que já ocupa um
espaço de liderança à frente de um projeto de mídia étnica de sucesso que além
de informar, forma e alimenta o público leitor de referências positivas, não
existe outra alternativa que não seja agarrar e aproveitar ao máximo esse
momento de aprendizado.
Hoje, Camila falou
sobre suas referências, sobre como ela e sua equipe pensam nas pautas e em cada
detalhe da diagramação da revista, como tirar idéias do papel, e ainda sobre as
estratégias de sustentabilidade e divulgação da revista e eu que tinha fome e
sou gulosa, só pude comer tudo isso com caneta, papel e sonhos.
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