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Chegamos à nossa 10ª edição da revista eletrônica Acho Digno e quem diria que em dois anos de existência conseguiríamos realizar tantos sonhos?! Uma revista que pauta moda, comunicação, cultura, educação, tudo relacionado à questão racial. Tudo relacionado ao nosso bem viver. Tentamos transmitir a arte do nosso semelhante nessas páginas de forma digna, fazendo o correio nagô ecoar nos quatro cantos do mundo. Sim, no mundo, pois já conseguimos chegar à Tânzania, Angola, Senegal, França, Alemanha, Estônia, diversos estados brasileiros e agora tivemos a oportunidade de ir para Nova Iorque conhecer um pouco da “capital do mundo” para poder compartilhar conhecimentos, informações e experiências como os nossos leitores.

Por meio do projeto Identidades Transatlânticas, contemplado com apoio financeiro do Edital Mobilidade Artística 2016, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), a revista eletrônica Acho Digno participou de uma residência artística de dois meses (agosto e setembro), em Nova Iorque, com o intuito de conhecer outras mídias negras e um pouco da cultura e arte do Bronx, Harlem e Brooklyn. A escolha desses lugares se justifica por se caracterizarem como centros culturais, com uma grande parcela de moradores negros nesses locais com tradições que se mantêm com o passar dos anos. São lugares marcados e conhecidos por sua arte, cultura e lutas negras. Distritos que são o berço de diversos talentos na área da música, do cinema, da moda e do teatro. O intuito desse projeto é poder ser capaz de destrinchar os acontecimentos do ocidente negro para além das fronteiras territoriais e conseguir dialogar como bons aliados nesse mundo de cultura digital.

New York City (NYC)Ao chegar à cidade escutamos jazz no Harlem, vimos cultura hip hop forte no Bronx, contemplamos shows de Janelle Monae, Ice Cube no Brooklyn. Vimos pessoas negras estilosas por toda parte. Trocamos olhares, trocamos sorrisos, tivemos algum tipo de comunicação e produzimos algumas matérias que poderão ser conferidas nestas páginas da primeira edição internacional da Acho Digno. A NYC, ou Nova Iorque para nós brasileiros, é uma cidade que exerce enorme impacto social e cultural em todo mundo por meio do seu comércio, finanças, mídia, arte, moda, pesquisa, tecnologia e educação. Ela é considerada como a capital cultural do mundo com a maior comunidade afro americana. As indústrias criativas, como novas mídias, publicidade, desing e arquitetura representam uma parcela crescente do emprego. Se tratando de comunicação, a cid­­ade é o principal centro em massa da América do Norte. É o local que mais sedia companhias de mídia e comunicações do país. A maioria das grandes editoras de revistas dos Estados Unidos está sediada em Nova Iorque. É identificada como um local altamente ativo e multicultural.

Imprensa Negra – No Brasil é comum falar em mídia negra alternativa, porém em Nova Iorque foi possível constatar que fizeram dessa oportunidade um grande mercado financeiro e de grande potencial. Em relação ao segmento de revistas afro, os Estados Unidos possuem um dos mais extensos e importantes mercados. Segundo dados da ONG MPA (The Association of Magazine Media), são cerca de 200 publicações voltadas para esse público. Esse mercado editorial norte americano é uns dos mais bem estruturado com uma rica diversidade na gama de publicações e é um nicho com publicações muitos específicas.  Tais publicações souberam acompanhar e pautar a constante evolução da sociedade, interpretando o mundo moderno do seu público sem subestimá-los.

Essa realidade é um reflexo de uma série de conjunturas sociais, econômicas e culturais. São publicações com textos bem trabalhados, com projeto editorial que valoriza a força da palavra, da imagem e que busca o equilíbrio entre a escrita acadêmica, artística e jornalística. São revistas que prezam pelo seu conteúdo. Tratar a partir da perspectiva do individuo negro com profundidade, sem a simples preocupação em formar mais meros consumidores, e sim leitores interessados e/ou engajados em uma causa.

O mercado editorial negro norte americano já esta fortemente estabelecido e respeitado. Exemplos dessa afirmação são das revistas Essence e Ebony que juntas somam quase dois milhões de assinantes. Essas revistas entre outras mídias negras como: The Grio, Black Voices, The Root, Clucth Magazine, Black New, continuam a oxigenar o pensamento do cidadão negro contemporâneo, pois tais publicações reforçam uma mensagem de empoderamento da comunidade negra norte americana. Por tanto, por meio da revista eletrônica Acho Digno a proposta é poder continuar o dialogo entre as comunidades afro brasileira e afro estadunidense.

O que podemos fazer com a escrita?A partir desses dados, é possível começar a analisar a importância dessas publicações destinadas ao público afro para a criação de uma identidade com uma representatividade positiva que está preocupada em retratar esse indivíduo de forma digna. Seja como for e no espaço que tivermos, precisamos ter o compromisso de compartilhar experiências e refletir sobre cada passo dado, buscando as melhores soluções para a evolução de um coletivo. Segundo o diretor e fundador do coletivo Black Out For Human Rights, Ryan Coogler, o ativismo é sobrevivência. Se pararmos para pensar na origem da maioria das pessoas provenientes de grupos marginalizados, todos temos essa linhagem. Estamos sobrevivendo, também, por meio da nossa escrita, por meio da nossa mídia negra. Conhecimento é poder. No momento em que uma Secretaria de Cultura acredita e apóia um projeto de imprensa negra e cultura digital, ela possibilita a nossa existência e permanência no cenário. Continuamos produzindo uma mídia negra de qualidade. Resistindo e refletindo sobre as nossas diversas formas de atuação e ação na sociedade, pois a nossa tarefa aqui é o compartilhamento de informações. Seguimos na luta e em frente. Boa leitura!

Revistas Negras

Black Enterprise Magazine: O principal negócio, investimento e riqueza de construção de recursos para os afro-americanos. Esta revista é o maior e mais antigo recurso de impressão para negros empresários. www.blackenterprise.com
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Black MBA Magazine: A revista oficial da organização profissional National Black MBA Association, que lidera na criação de riqueza econômica e intelectual para os negros. www.nbmbaa.org

Essence: A revista de estilo de vida preeminente para a mulher afro americana de hoje, chegando a quase 8 milhões de leitores todos os meses. www.essence.com

The Source: Marcado como a Bíblia da cultura e política do Hip-Hop. Incluem revisões de música, entrevistas exclusivas e comentários sobre artistas e a indústria da música independente. www.thesource.com

New Vision (NV): Uma revista nacional, bi-mensal, de negócios para profissionais urbanos, empresários e pensadores avançados. NV revista foi criada como mais do que uma revista de negócios para os profissionais urbanos. www.nvmagazine.com

Shereese Magazine: Esta revista para mulheres afro-americanas apresenta conteúdo editorial exclusivo sobre a manutenção de cabelo em casa, novas tendências, tópicos atuais, atualização estilista e educação. www.shereese.com

African American Golfers Digest: Dedicado à crescente quantidade de afro-americanos em todo o país que têm uma paixão pelo esporte de golfe. www.africanamericangolfersdigest.com

Black Bride and Groom: Revista para casais afro-americanos como eles se aventuram no mundo de experiências de casamento, decoração, lua de mel hotspots e pré/pós-casamento. www.blackbrideandgroom.com

Revisão de Livros Negros: A única revista nacional dedicada exclusivamente a cobrir livros de autores negros e os interesses dos leitores afro americanos. www.bibookreview.com

Gospel Truth Magazine: Primeira revista de estilo de vida para os afros americanos que têm uma paixão pela igreja e música gospel. www.gospeltruthmagazine.com


Harlem World Magazine: Crônicas Harlem celebridades, cultura, moda, estilo de vida, saúde, esportes, notícias, negócios e filantropia. Ela serve como um portal para uma audiência crescente, jovem, tendência, multicultural. www.harlemworldmag.com

Um comentário:

  1. Parabéns para Acho Digno. Experienciar viagem internacional alarga / fortalece / solidifica horizontes. Estabelece irmandade (sororidade / fraternidade) com pessoas negras de outras partes do mundo com as quais se têm muito em comum. Há possibilidade de aprender e de trocar conhecimentos, mesmo falando línguas diferentes. É inegável que a cultura mais antiga do mundo está impregnada indelevelmente em toda sua descendência, dentro e fora de África. Fica consagrado que não existe perda de identidade!

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